quinta-feira, 2 de junho de 2011

O Amor é real...






O Amor é tudo, é nada; é noite, é dia. O Amor é a finitude da vida, é a eternidade. O Amor pode não ser a imagem da perfeição... pode estar cheio de contradições, mas amo-te minha amada Denise!!









O Amor é paciente,
Quando se encontra doente
De paixão.

Mas Amor não se sente,
Quando só há quem alimente
Solidão.

O Amor tudo suporta,
Quando atende alguma porta
A Esperança.

E Amor não mais importa,
Quando chega a hora morta
E se cansa.



MWB 2010

Um poema sobre o versar...








Poeta?!... Eu?! Teimoso, talvez... E muita vontade de aprender... Voa Poeta, voa!!!!!!!!!!!!






A Pena

Pertence aos pássaros...
Que, desde muito cedo,
Aprendem a voar.
Voa pássaro, voa!
Sente a Liberdade em tuas asas!
Repleta de penas a (o vento) soprar.

Pertence também ao poeta...
Ele não conhece o céu azul,
Mas o azul céu do inspirar.
Voa poeta, voa!
Sente a Liberdade em tuas linhas!
Repleta de versos a (o coração) suspirar.


MWB 2010

Um soneto sobre a Amizade... O que é preciso dizer?!

Aqui um poema já com métricas, um pouco mais elaborado. Muitas coisas podem ser descritas em versos, acredito que a amizade é uma delas. Saudosas amizades que se vão, ficam em terras distantes, são difíceis de ser substituídas... Saudosas noites em companhia da Sociedade Artística Remanescente... aprendi muitas coisas ali... Hoje a vida prossegue...

Soneto Inglês (Shakespeariano). 7 sílabas / Redondilha Maior

Uma amizade

Amizade é clima ameno, A
Diversa forma de amar; B
Noite clara em mar sereno, A
Farol guiando até meu lar. B

Amizade é sentimento, C
Repleto de compaixão; D
Mundo que mora aqui dentro, C
Língua própria em invenção; D

Alma nova em corpo velho, E
Fôlego para os pulmões; F
Outro rosto em que me espelho, E
Das estradas, as junções. F

Conto as horas em segundos G
Tempo em asas quando juntos. G




“É preciso ser um pouco louco para caminhar por esse mundo cheio de loucos que juram assim não serem.”




MWB 2011

Álvares de Azevedo - 2ª geração do Romantismo no Brasil



Texto produzido para um trabalho da faculdade - Pode ser útil para alguém... algum dia...






Álvares de Azevedo nasceu em SP em 1831. Mudou ainda muito pequeno para o Rio de Janeiro, onde estudou nos colégios Stoll e Imperial Dom Pedro, de onde saiu bacharel em Letras aos 16 anos.
Desde a infância, muitos fatos do cotidiano o afetaram profundamente. Prova disso foi a morte prematura de um irmão que tinha o mesmo nome de seu pai, Inácio Manuel. A. A. mais tarde escreveria um poema intitulado “Um Anjinho” em homenagem a esse irmão que havia falecido quando A. A. tinha apenas 5 anos de idade.

Anjinho, encimado por um trecho de Hamlet:
“Que de sua jovem e imaculada carne possam brotar violetas!”

Não chorem... que não morreu!
Era um anjinho do céu
Que um outro anjinho chamou!
Era uma luz peregrina,
Era uma estrela divina
Que ao firmamento voou!
(...)

Dos 6 aos 9 anos de idade, estudando em uma escola pública de Niterói, não obteve muito progresso. Porém, quando seu pai o matriculou no colégio Stoll, em Botafogo, A.A. passou a ter um progresso espantoso. Inúmeras cartas do Sr. Stoll a seu pai, atestam que A.A. era um prodígio principalmente nas línguas inglesa e francesa. A.A. passou até a ser uma espécie de “garoto propaganda” do colégio.
Palavras do Sr. Stoll; “Ele reúne, o que é muito raro, a maior inocência à mais vasta capacidade intelectual que encontrei na América numa criança de sua idade”.
Já em 1845, quando A.A. chega ao Imperial Colégio Dom Pedro, ele terá como professor de filosofia Gonçalves de Magalhães, introdutor do Romantismo no Brasil com a obra Suspiros Poéticos e Saudades, publicados em Paris, em 1836.
Ao longo dos anos, como A.A. estudava em regime de internato, escrevia sempre a sua mãe e irmã, e para um grande amigo e confidente, Luis Antonio da Silva Nunes, a quem escreveu seu primeiro poema em 1844 em ocasião do aniversário do amigo.
Sua curta e intensa produção literária, porém, iniciaria após o ingresso na Faculdade de Direito do Largo de São Francisco em São Paulo, em 1848, quando passa a se debruçar nas leituras de obras clássicas como Shakespeare e Dante e também de obras Românticas como Goethe, Hoffmann, Alfred de Musset, Vitor Hugo e, provavelmente, o mais influente de seus autores, Lord Byron.
Enquanto estudante em São Paulo participa ativamente da vida literária existente, fundando a Sociedade Ensaio Filosófico Paulistano.
Álvares de Azevedo é considerado o maior representante da 2ª geração do Romantismo no Brasil, Também chamada de ultrarromantismo ou “geração do Mal do Século”. Sua poesia é marcada pelo subjetivismo, melancolia e um forte sarcasmo. Influência direta de suas duas maiores influências literárias: Musset e Byron.
É em São Paulo que Álvares de Azevedo conhece aqueles que seriam seus dois melhores amigos na faculdade de Direito: Aureliano Lessa e Bernardo Guimarães. Os três planejavam, inicialmente, lançar um livro em conjunto que se chamaria: As Três Liras. O que não chegou a acontecer.
Uma sociedade chamada “Sociedade Epicuréia” da qual os três supostamente eram membros, porém, negada por muitos biógrafos, foi a causa da atribuição da imagem de “Byron brasileiro” a Álvares de Azevedo. -- O termo Epicurismo não se confunde com Hedonismo: O primeiro trata da busca do prazer mental, o segundo do prazer corporal. Porém, são comumente confundidos. Daí vem o termo Epicuréia. –
Álvares possui três grandes obras: Lira dos Vinte Anos (poemas), Noite na Taverna (Contos) e Macário (Teatro). Mas a única cuja edição foi preparada pelo poeta e que alcançou maior destaque é a sua Lira dos Vinte Anos, que de certa forma explica um pouco sobre a dualidade de sua vida e de sua obra.
A Lira é dividida em três partes, porém, apontando para duas faces distintas do autor, dois modos de ver e sentir o mundo ao seu redor: Na primeira parte, o tom sentimental e idealizado de seus poemas representa forte influência de Musset, enquanto na segunda parte da obra, a ironia e o sarcasmo são influências de Byron. Na terceira parte, volta idealismo da primeira parte.
Na primeira parte da Lira, a mulher sempre aparece como um anjo, uma virgem, algo que não se pode alcançar, somente em sonhos.
Trecho de O Poeta encimada por Musset:
Na vida, uma lembrança feliz é, talvez, mais verdadeira que a felicidade. Alfred de Musset.


Era uma noite – eu dormia
E nos meus sonhos revia
As ilusões que sonhei!
E no meu lado senti...
Meu Deus! Por que não morri?
Por que do sono acordei?

Depois um trecho de outro poema sem título:

Foi mais uma ilusão! De minha fronte
Rosa que desbotou,
Uma estrela de vida e de futuro
Que riu... e desmaiou!

Esses poemas, de certa forma, mostram a dificuldade de conciliar o desejo carnal com o sentimento amoroso, situação bem comum à segunda geração romântica brasileira.
Ainda na primeira parte da Lira, o poema Saudades, encimado por Byron, dá uma amostra da inversão do Carpe Diem Árcade:

É inútil lutar – Deixem-me morrer jovem!
Byron

Foi por ti que num sonho de ventura
A flor da mocidade consumi,
E às primaveras digo adeus tão cedo
E na idade do amor envelheci!

Enquanto no Arcadismo, o lema é aproveitar o dia, e um velho poeta poderia olhar para a juventude como o auge da beleza, Álvares de Azevedo é um jovem poeta que olha para a velhice da alma, essa fuga para o sono, para a morte, para a literatura, consome toda a juventude do poeta.

Na segunda parte da Lira, aparece o poeta irônico e sarcástico, como mostra os versos de O Poeta Moribundo, da série Spleen (palavra inglesa que significa, entre outros termos, tédio) e Charutos.

Poetas! Amanhã ao meu cadáver
Minha tripa cortai mais sonorosa!...
Façam dela uma corda, e cantem nela
Os amores da vida esperançosa!

O poeta, agora, vai trocar o sonho pela realidade; tratar com humor, e não tristeza, de sua inadequação em relação ao mundo, da não realização do desejo amoroso.
Álvares de Azevedo teria sido o introdutor do humor na poesia brasileira e em algumas ocasiões podemos enxergar traços do que seria mais adiante o Realismo, como exemplo em um trecho do poema Namoro a Cavalo:

O poema mostra alguém que não tem dinheiro, mas, para impressionar sua amada, aluga um cavalo para ir ao seu encontro, porém, quando ia cavalgando acontece um incidente e ele cai numa poça de lama e, todo sujo e ignorado pela amada, até o cavalo ri dele e por tomar uma bofetada, o derruba pela segunda vez.


Mas eis que no passar pelo sobrado,
Onde habita nas lojas minha bela,
Por ver-me todo lodoso ela irritada
Bateu-me sobre as ventas a janela...

O cavalo ignorante de namoros
Entre os dentes tomou a bofetada,
Arrepia-se, pula, e dá-me um tombo
Com as pernas para o ar, sobre a calçada...

Outra vez, com humor, substitui, agora, a mulher como um anjo e a transforma numa lavadeira no poema É ela! É ela! É ela! É ela!

É ela! É ela – murmurei tremendo,
E o eco ao longe murmurou – é ela!
Eu a vi – minha fada aérea e pura –
A minha lavadeira na janela!

Mais adiante:

Como dormia! Que profundo sono!...
Tinha na mão o ferro do engomado...
Como roncava maviosa (delicada) e pura!...
Quase caí na rua desmaiado!

A vida e a obra de Álvares de Azevedo foi marcada pela “binomia” que ele mesmo sugere no segundo prefácio da Lira dos Vinte Anos, Duas entidades que viviam num mesmo corpo.
Uma superstição que existia entre os estudantes do Largo de São Francisco o marcaria pelo resto de sua vida: Que a cada ano morreria um quinto-anista do curso de Direito.
Em 1850, o suicídio de Feliciano Coelho Duarte;
Em 1851, a morte de João Batista da Silva Pereira Júnior.
Na ocasião dos enterros, Álvares de Azevedo fez os discursos fúnebres, exaltando as qualidades dos dois estudantes.
Naquele mesmo ano, cismado com aquela superstição, escreve em carta a seu amigo Luiz Antonio da Silva Nunes dizendo: “Todos aqui me estranham este ano o taciturno (calado, tristonho, sombrio) da vida e o peso da distração que me assombra. (...)”.
Do quarto para o quinto ano vai ao Rio de Janeiro em férias, e num passeio a cavalo, cai e é diagnosticado de um tumor na fossa ilíaca (parte inferior do abdômen). Como naquela época ainda não havia avanços consideráveis em relação à anestesia (usava-se apenas éter, clorofórmio ou ópio), médicos usaram ópio em Álvares de Azevedo para entorpecê-lo e operá-lo.
Após 46 dias entre melhoras e pioras de seu quadro, Álvares de Azevedo morre, em 25 de Abril de 1852, aos 20 anos de idade.
Segundo alguns biógrafos ele teria escrito, usando um pedaço de carvão, os anos e os nomes dos mortos do quinto ano, e no ano de 1852 havia deixado um espaço em branco onde, talvez, ele já imaginava ser o lugar de seu nome.
Seu último poema foi Se eu morresse amanhã:

Se eu morresse amanhã, viria ao menos
Fechar meus olhos minha triste irmã;
Minha mãe de saudades morreria
Se eu morresse amanhã!

(...)

Mas essa dor da vida que devora
A ânsia de glória, o dolorido afã...
A dor no peito emudecera ao menos
Se eu morresse amanhã!

Álvares de Azevedo foi um poeta muito influenciado pelo seu tempo, pelos autores da época, portanto foi, antes de qualquer outra coisa, Romântico. Mesmo que de posse de várias facetas, sua obra tem como principais temas o amor e a morte. Influência de Byron, Musset e também de Goethe, um dos precursores do Romantismo no mundo.




Obra pesquisada: Poesia e Vida de Álvares de Azevedo - R. Magalhães Junior

terça-feira, 10 de novembro de 2009

No palco dos protestos: A música!!!!!!



Hoje, Peço espaço para um protesto!!!!... não um em especial... nem mais um sem importância...


Apenas uma expressão de indignação após ter lido um e-mail sobre meu (*#!) país e sobre sua política de "aperto de mãos... e tapinhas nas costas..."


Aproveitando o clima de uma música do grupo inglês DEPECHE MODE, escrevo aqui a letra tradudiza de EVERYTHING COUNTS, que faz uma crítica ao capitalismo... e eu diria mais, sobre a corrupção!!!!







DEPECHE MODE


The handshake seals the contract
O aperto de mão sela o contrato
From the contract there's no turning back
Do contrato não há retorno
The turning point of a career
A guinada em uma carreira
In Korea being insincere
Na Coréia, sendo desonesto
The holiday was fun-packed
O feriado foi cheio de diversões,
The contract still intact
O contrato, ainda intacto

CHORUS:
Chorus:
The grabbing hands grab all they can
As mãos gananciosas agarram tudo o que podem
All for themselves after all
Tudo para elas afinal de contas
The grabbing hands grab all they can
As mãos gananciosas agarram tudo o que podem
All for themselves after all
Tudo para elas afinal de contas
It's a competitive world
É um mundo competitivo,
Everything counts in large amounts
Vale tudo em grandes quantias

The graph on the wall
O gráfico na parede
Tells the story of it all
Conta a história disso tudo,
Picture it now see just how
Imagine agora veja como
The lies and deceit gained a little more power
As mentiras e a fraude ganharam um pouco mais de poder
Confidence taken in
Confiança adotada
By a suntan and a grin
Com um bronzeado e um sorriso discreto

CHORUS
Chorus

Everything counts in large amounts
Vale tudo em grandes quantias

The grabbing hands grab all they can
As mãos gananciosas agarram tudo o que podem
Everything counts in large amounts
Vale tudo em grandes quantias




Letra e tradução retiradas do site Letras com o link abaixo, caso queiram também ouvir a música.




quinta-feira, 8 de outubro de 2009

Carlos Drummond de Andrade



Outro extraordinário poeta brasileiro!!! Gosto muito de vários poemas de Carlos Drummmond de Andrade; mas como teria que escolher apenas um para postar hoje, acredito que "José" nos faz pensar... e como pensar é uns dos objetivos deste blog então aqui vai este formidável poema:






José


E agora, José?

A festa acabou,

a luz apagou,

o povo sumiu,

a noite esfriou,

e agora, José?

e agora, você?

você que é sem nome,

que zomba dos outros,

você que faz versos,

que ama, protesta?

e agora, José?

Está sem mulher,

está sem discurso,

está sem carinho,

já não pode beber,

já não pode fumar,

cuspir já não pode,

a noite esfriou,

o dia não veio,

o bonde não veio,

o riso não veio,

não veio a utopia

e tudo acabou

e tudo fugiu

e tudo mofou,

e agora, José?

E agora, José?

Sua doce palavra,

seu instante de febre,

sua gula e jejum,

sua biblioteca,

sua lavra de ouro,

seu terno de vidro,

sua incoerência,

seu ódio — e agora?

Com a chave na mão

quer abrir a porta,

não existe porta;

quer morrer no mar,

mas o mar secou;

quer ir para Minas,

Minas não há mais.

José, e agora?

Se você gritasse,

se você gemesse,

se você tocasse

a valsa vienense,

se você dormisse,

se você cansasse,

se você morresse...

Mas você não morre,

você é duro, José!

Sozinho no escuro

qual bicho-do-mato,

sem teogonia,

sem parede nua

para se encostar,

sem cavalo preto

que fuja a galope,

você marcha, José!

José, para onde?



Carlos Drummond de Andrade

Monteiro Lobato



Alguns dias sem postagem alguma... Mas aqui está: um breve conto de Monteiro Lobato, autor consagrado pelas suas fantásticas e inúmeras obras, e que neste conto, não tão conhecido quanto outros, descreve João Teodoro, um homem pacato, simples, porém, com uma consciência incomum. Leia e reflita!




UM HOMEM DE CONSCIÊNCIA

Chamava-se João Teodoro, só. O mais pacato e modesto dos homens.
Honestíssimo e lealíssimo, com um defeito apenas: não dar o mínimo valor a
si próprio. Para João Teodoro, a coisa de menos importância no mundo era
João Teodoro.

Nunca fora nada na vida, nem admitia a hipótese de vir a ser alguma coisa. E
por muito tempo não quis sequer o que todos ali queriam: mudar-se para terra
melhor.

Mas João Teodoro acompanhava com aperto no coração o deperecimento visível
de sua Itaoca.
- Isto já foi muito melhor, dizia consigo. Já teve três médicos bem bons
- Agora só um e bem ruinzote. Já teve seis advogados e hoje mal dá serviço
para um rábula ordinário como o Tenório. Nem circo de cavalinhos bate mais
por aqui. A gente que presta se muda. Fica o restolho. Decididamente, a
minha Itaoca está se acabando...

João Teodoro entrou a incubar a idéia de também mudar-se, mas para isso
necessitava dum fato qualquer que o convencesse de maneira absoluta de que
Itaoca não tinha mesmo conserto ou arranjo possível.
- É isso, deliberou lá por dentro. Quando eu verificar que tudo está perdido,
que Itaoca não vale mais nada de nada de nada, então arrumo a trouxa e
boto-me fora daqui.

Um dia aconteceu a grande novidade: a nomeação de João Teodoro para delegado.
Nosso homem recebeu a notícia como se fosse uma porretada no crânio.
Delegado, ele! Ele que não era nada, nunca fora nada, não queria ser nada,
não se julgava capaz de nada...

Ser delegado numa cidadezinha daquelas é coisa seríssima. Não há cargo mais
importante. É o homem que prende os outros, que solta, que manda dar sovas,
que vai à capital falar com o governo. Uma coisa colossal ser delegado - e
estava ele, João Teodoro, de-le-ga-do de Itaoca!...

João Teodoro caiu em meditação profunda. Passou a noite em claro, pensando
e arrumando as malas. Pela madrugada botou-as num burro, montou no seu
cavalo magro e partiu.

- Que é isso, João? Para onde se atira tão cedo, assim de armas e bagagens?

- Vou-me embora, respondeu o retirante. Verifiquei que Itaoca chegou mesmo
ao fim.

- Mas como? Agora que você está delegado?

- Justamente por isso. Terra em que João Teodoro chega a delegado, eu não
moro. Adeus.

E sumiu.


Monteiro Lobato